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A escrita sempre foi fiel. Os episódios aqui encontrados são batizados de Escarros pois os mesmos são expurgos íntimos e partos divinos diferencialmente temperados pelos versos e circunstâncias que os compõem. Muitas vezes escorrem coisas a todo o tempo sem controle, disso tiro a lição e arte que se eterniza, mesmo que a poucos olhos. O valor é da existência. -Se fosse objeto seria polaroid, cuspiria poesia.

domingo, 15 de novembro de 2015



A ação que não age é mais esperta e derradeira, observar as não ações e seus impedimentos, fazer uso da sensibilidade e entranhar nos modos das inalterações é salvador. Ninguém há de viver o auto resguardo vinte e oito horas, quanto mais uma a dentro. São dez dedos e não se fecha uma mão sem que a ponta de um dedo fale. Língua é distração. Não subestime nunca o olhar de quem não vê enquanto os dados rolam. Eles estão no pé da roleta vendo as fichas multiplicarem. Quem desmontou os castelos que trate de desocupar o terreno e há quem lembre dos cantos querendo voltar. Percebem-se os inquilinos de longe se chamando, havia uma fonte do lado de fora, e ela estava seca, mas o cheiro da casa trazia uma nova esperança. Dava pra sentir o cheiro da nostalgia daqui. Carla passava na frente só porque sabia que Elias voltava ali vez em nunca, e quando voltava encontrava Carla olhando pro retrato. Elias só queria pegar seu jogo de damas, mas Carla estava lá. O retrato, o jogo, Carla e todo aquele gemido ecoando. Os caminhões passaram e Carla falou algo sobre o flanelinhas que estava na rua, Elias sentiu pena do menino. Olhou pra Carla com qualquer coisa que não nomeou, Elias esperou tanto por aquela Carla que se apresentara cada vez melhor desde a última tarde em que a encontramos. Mas não pudia voltar. Olga na calçada da frente olhava por cima dos muros tentando desvendar as cores do céu daquele cenário esperando cada lugar ficar de uma vez por todas na sua coisa. E ela certamente não seria a pedra.