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A escrita sempre foi fiel. Os episódios aqui encontrados são batizados de Escarros pois os mesmos são expurgos íntimos e partos divinos diferencialmente temperados pelos versos e circunstâncias que os compõem. Muitas vezes escorrem coisas a todo o tempo sem controle, disso tiro a lição e arte que se eterniza, mesmo que a poucos olhos. O valor é da existência. -Se fosse objeto seria polaroid, cuspiria poesia.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

AURAS ÍMÃS

Achei por mim em cima do lençol da vida
Quando dei permissão aos olhos
Nunca gostei de lençóis
Mas a coberta tinha cheiro de bem olhado
O sol tocou meu coração
assim que o meu leito desgovernado foi invadido pelo teu rio sagrado
A mobília torácica velha foi por água abaixo
Que importância tem agora que mudei de casca?
O meu céu suspira fundo todas as vezes que as mãos se desatam
Não tem uma só corrente de chuva
Que me faça desaguar noutra ruela
Benditos sejam os encontros de purificação

VOYEUR TRAPEZISTA


Sendo o circo grande
Gargantas de fogo proliferadas a mais
E seu tempo curto
Começo a entender o tempo breve da magia
No meio da palhaçada.


Quando Olga passou na frente da vitrine no meio da avenida
viu no espelho o almoço do dia
Duas ameixas fritas
Pelo sol da madrugada fria.

REMORSO EM VAGO VÃO



Consertar os ponteiros é o mínimo que se pode fazer
quando se perde a hora
Pena seria se o trem já tivesse partido
ao meio.

Sentido



Às 9:57 na avenida maranhão
a van desembestada fazia exposição dos signos
E eu pedi a Deus para acreditar que os astros mentem.

TEM NINGUÉM AQUI NÃO, MOÇA!

A dúvida às vezes aparece três da tarde
Ás vezes invade a madrugada
Você oferece café e quer escutar
a visita mais espaçosa das várias
Até fica tarde e ela dorme na tua casa.