Quem sou eu

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A escrita sempre foi fiel. Os episódios aqui encontrados são batizados de Escarros pois os mesmos são expurgos íntimos e partos divinos diferencialmente temperados pelos versos e circunstâncias que os compõem. Muitas vezes escorrem coisas a todo o tempo sem controle, disso tiro a lição e arte que se eterniza, mesmo que a poucos olhos. O valor é da existência. -Se fosse objeto seria polaroid, cuspiria poesia.

terça-feira, 19 de abril de 2016

POR ENQUANTO

O sol se põe no horizonte inalcançável
a mulher  que vê se aproxima cada vez mais
seus passos estreitos que  não querem voltar
estão no rumo das ruínas
em  frente, na intenção...
O tempo é a representação da ironia
de prosseguir e sempre perder o que se  tem nas vistas
O horizonte exato a olho nu 
consegue encantar com as suas armadilhas
ilusão de ótica multicoloridas e chama
Eu, nas distãncias de ontem, não  paro de caminhar 
e a muito não vejo mais os passos que dei
busco mesmo é não buscar
cruzo os dedos e aqui sento e tomo café
Tenho paz nas mãos 
Algumas coisas devem ser entendidas
O horizonte não se move, não se alcança
Vejo de longe e entendo o sinal
vejo também que não há mais chances de voltar pro mesmo lugar
No presente estou
costuro os fiapos dos dias e me deito
e com ele.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

INSIGTH

Acordo de dou três passos até o espelho
Lembro das horas que virão
e inspiro do fundo dos desejos
Depois que vejo o que não busco
dou mais cinco passos até o banheiro
Vou sem fazer barulho
Acontece que do lado esquerdo tem sol
e o riso no banheiro branco que me escapa os dentes antes de outubro
É o lapso matinal
Fagulha sépia
De quem não quer do albúm queimado
um só retrato do descuido.

DERIVA

O tempo é água correndo
às vezes até leva a gente
Alguns olhos esquecem o que viram
o meu coração em alto mar...
Só sei que nada.

terça-feira, 12 de abril de 2016

EDITAÇÃO



Falei com Deus e ela
Caminhei sob os espirais
Com as pernas trêmulas: ai, se eu deslizo!
Olho minhas mãos evocando as estrelas
A mesma forma que contempla as costelações
Não há medo em deslizar no circulo
Visto que se hoje estou aqui
Amanhã disparo na atmosfera do infinito
Me prolongo nas coisas a frente
tento explicar o rodopio absurdo
Falo de coisas que só senti
Apoiada no basculhante
Contando causos do passado dilúvio
Me proponho a me alinhar ao destino
já que há incerteza por todos os lados
Espalho avisos na estrada
Pois nunca escutam quando alerto sobre buracos
Deixo em mim uma tormenta adormecida
Abandono a sala do projetor
Rebobino o filme assistido
Me proíbo de dar spoiler ao expectador
Vejo as vidas desgovernadas
entre carnes e fatos
O coração dos animais aos seus instintos pertencem
A cabeça dos homens é terreno minado.

RIMA DEFERIDA



Não me chame de poetisa


Se meu nome por conveniência visita sua boca
mas pelos seus olhos eu nunca fui lida


Acho graça em ser alvo de uma liberdade de língua comprida
onde nem por um minuto me sinto vítima
Pois dou privilégio em ter as vontade simples cumpridas


Pra quem não vive e precisa ser socorrida
eu lamento não ter medo das palavras mal ditas
Pois eu sei que uma vida assim ferida
Deve gerar assunto na mesa de gente vazia

SIGNO SOLAR



Quero
e quando quero grito
Mas quando não ouço eco
nem resposta do universo
                                       [afogado em paradoxos infinitos]
Dobro meus não's entre as frestas
do alheio talvez
Dou meia volta e calada fico.