Quem sou eu

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A escrita sempre foi fiel. Os episódios aqui encontrados são batizados de Escarros pois os mesmos são expurgos íntimos e partos divinos diferencialmente temperados pelos versos e circunstâncias que os compõem. Muitas vezes escorrem coisas a todo o tempo sem controle, disso tiro a lição e arte que se eterniza, mesmo que a poucos olhos. O valor é da existência. -Se fosse objeto seria polaroid, cuspiria poesia.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

VOCÊ

eu durmo mas não me calo
Me calo não que a voz veio de graça
Ah, vê se dispensa a tua moral
faz batuque na canela antes de me encarar
Seja gato ou lebre
Venha leve,
quero dizer, revele só o que há
não me dê o trabalho que eu não me dou
Pois bem, estou aqui de passagem
Vacilo bem rodado não merece meu sorriso
eu atravesso os dias no olhar que não é barrado
Alivie o tempo que te é emprestado
E antes de ir, meu bem, meu zen infinito ser
Ache o seu ímpar e desmedido lugar.

INSONE

Dentro dos céus o homem há de encontrar
A aurora de cor igual a pele que faz arder
Desejo mesmo que a dor do zinco quente te marque
Bem tal qual meu peito fere em brasa na distância
A cama continua no mesmo lugar
O corpo sempre vai mudar.

Seu poema.

Era eu porra nenhuma.

CHARLOTTE MAREJA

Respiro fundo enquanto as águas passam
Acima, os peixes.
Nem vejo meus pés. você os vê?
Dou piruetas meio ao oceano
afim de findar  os risos do repuxo
Lembre bem que as palavras não voltam
O juízo afinal, já está por ser mencionado
Todos os planos da fogueira existem
mesmo antes das cinzas
Sei.
Estou  longe, longe
Eu sou o olhar de  Charlotte no meio da chuva.

RENASCER

Os bandidos invadem a casa enquanto passo a catraca
Abraço a vida enquanto deito e recebo a onda.
Sal desce, desce mais um pouco e sara os pés
Qualquer caminho vou, mesmo em descompasso
Sei por onde meus olhos se salvam
Quero de outro jeito agora, outrora
Quero de dentro do peito
É o defeito do sol
Me fazer viver dentro das horas.