Quem sou eu

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A escrita sempre foi fiel. Os episódios aqui encontrados são batizados de Escarros pois os mesmos são expurgos íntimos e partos divinos diferencialmente temperados pelos versos e circunstâncias que os compõem. Muitas vezes escorrem coisas a todo o tempo sem controle, disso tiro a lição e arte que se eterniza, mesmo que a poucos olhos. O valor é da existência. -Se fosse objeto seria polaroid, cuspiria poesia.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O QUE ME SEI

Percorro as janelas altas levantando os pés
já que muro nenhum me apetece
Minha pequenez farta se contenta com a pupila que salta
Meu andar virtual anda esbanjado
Me derramo sem escrúpulos e o universo é visto como avulso
A baderna começa com quem puxa o coro
Jogam o carro para cima de meu corpo
E há batentes que me salvam por sorte ou azar?
Vejo os ombros ligeiros
E eles não se viram em nenhum momento para me encarar
Que há de errado com a cor de meus olhos?
vão-se assim que a serenidade negra chega
Atrás de uma ardência, e cá pra nós toda ardência é bonita
e tão passageira que o que posso dedicar é somente a cor de meus poros em cima do tapete cinza.
Arrecado sopros e mais sopros com intenção de soterrar
Minha casa não existe, minha casa é.
Dizem todas as bocas cheias de razão:
-Como caminha com tantas pedras no sapato?
Convenientemente surdos
Reparam tanto nos gritos que não escutam quando falo
-Sempre andei descalça nesse asfalto.