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A escrita sempre foi fiel. Os episódios aqui encontrados são batizados de Escarros pois os mesmos são expurgos íntimos e partos divinos diferencialmente temperados pelos versos e circunstâncias que os compõem. Muitas vezes escorrem coisas a todo o tempo sem controle, disso tiro a lição e arte que se eterniza, mesmo que a poucos olhos. O valor é da existência. -Se fosse objeto seria polaroid, cuspiria poesia.

sábado, 11 de março de 2017

EXPURGO

Soaria tão bonito em tua boca um só som lançado há tempos em meus cantos. Não queria mais, nem cesso o fato. Anestesio e acho crueldade o fato de anestesiar. A pia do banheiro fala, a pia da casa abandonada na casa ao lado da casa de sua mãe fala mais. Lá naquele cenário está pendurado o sentido de tudo que desapareceu aqui. Não sou eu quem passo no rol e deixo o perfume. O rol está lá. Sim, tenho medo de altura e o fato é que revisito, principalmente aos domingos pela manhã um futuro negro e silencioso. Existem sim mil braços e bocas e paus. Nada vezes 10 é noves fora zero porque tu não vais estar lá. E vais estar passando na mesma avenida que caminhas pensando nas cores das nuvens. Não tenho mais paciência e o meu coração pesa. O analista não alivia e me sinto melhor. Como se não fosse castigo suficiente, tenho de chamar o teu nome o dia inteiro pra nada. Estou em paz porque sei que tu não estavas mais feliz e não há peso maior que carregar a infelicidade de quem se ama. Soaria tão bonito em minha boca a anunciação das tuas pisadas que vinham me ver de mochila e como é? A longo prazo contigo estou em paz. Deus, perdoe as nossas falácias por que de fato não sabemos de nada. 
-Pare de carregar esse peso. Pare de se culpar. Você fez o que deu.
Como é possível? Sentir culpa por que o outro não quis cultivar o que disse eterno? O encontro. O amor vai nos separar novamente. Só o amor pode curar tamanha cicatriz. Não me percebeu morando nos terrenos seus. Onde você foi amar? Quanta tortura por não saber perder. O seriado e tudo o mais não faz sentido. Seguro firme no riso que sei que me volta e que me voltaria. A cama ficou e nada mais significa esperança. Permaneço em rocha e trucido os sentidos no sono da verdadeira solidão. 

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